segunda-feira, 17 de julho de 2017

O Paradoxo dos Honestos

O Brasil chegou a um ponto de bifurcação na política com a descoberta do gigantesco esquema de corrupção na Petrobrás e nas empresas e órgãos públicos do país.
Os políticos caíram em desgraça. Todos eles. Tal qual o anjo vingador dos judeus no Egito, que matou todos os primogênitos das casas que não tinham a marca judia, a percepção sobre os políticos brasileiros (presidente da República, senadores, deputados federais e estaduais, prefeitos e vereadores) se tornou um estigma, uma maldição: nenhum deles presta! Eles se tornaram os novos primogênitos a serem destruídos.
A grande ironia é que nenhuma democracia existe sem políticos. Bons ou maus, eles são a sustentação da governabilidade de um país. Sem eles, vem a ditadura.
No Brasil atual, onde toda a classe política é odiada depois de tanta roubalheira, de enriquecimento de partidos e de políticos, as pessoas honestas e bem intencionadas que se dispuserem a entrar na política para moralizar a classe correrão o risco de serem vistas como mais aproveitadoras da situação.
Este é o Paradoxo dos Honestos. A credibilidade dos homens públicos brasileiros foi arrasada devido aos escândalos de corrupção, má administração, incompetência gerencial, desinteresse pelos cidadãos, mordomias usufruídas pelos políticos e repetição de mentiras deslavadas todas as vezes que sobem em palanque.
Sarney, Lula, Temer, Aécio, Renan, ou qualquer outro mais que se cite, perderam a capacidade de gerarem confiança nas pessoas. Todos os grandes líderes nacionais ficaram expostos às denúncias de corrupção. A renovação política exige novas lideranças, mas a velha e carcomida política não vai entregar facilmente o poder nas esferas municipal, estadual e nacional porque política no Brasil é forma de se enriquecer sem competência para ganhar dinheiro licitamente.
A honestidade é o novo “anjo vingador” a matar politicamente pelo país. Se os ladrões que foram expostos forem reeleitos depois de tudo que se sabe que roubaram, a responsabilidade é nossa. Ninguém se elege sozinho, tem que convencer os eleitores a lhe darem seus votos. Se nós reelegermos ladrões não podemos reclamar deles depois.
O futuro do Brasil está sendo montado hoje, sobre os destinos que os políticos traçarem para a saúde, a educação, a segurança pública e a administração do dinheiro do país.
Quem vota em ladrão se torna cúmplice autorizador do roubo do dinheiro público e do sofrimento dos miseráveis do país. Joias de hum milhão e 600 mil reais, garrafas de vinhos de 24.000 reais e aulas de tênis de 39.000 dólares foram pagas com dinheiro roubado do povo.
Os ídolos políticos atuais não passam de um bando de cretinos, cínicos e mentirosos que ainda geram comoção; por sorte, também geram ódio contra si. Os partidos não importam, pois os sem-vergonhas estão em todas as siglas partidárias, olhe só os políticos que já foram presos e processados pela Justiça.
Na próxima eleição, renove, dê um voto de credibilidade a novos políticos porque os que estão aí já mostraram quanto são capazes de mentir e roubar.
Para ajudar o Brasil é necessário que os honestos assumam as rédeas da Nação, mas como tem sido difícil encontrá-los e votar neles; como o filósofo Diógenes procurou deste a Grécia antiga.


Engenheiro João da Mata Cezar e Luiz Antonio Lima, de Brasília para Fortaleza, em 17 de julho de 2017.

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