Lamentável as coisas que acontecem no
Brasil. Nos últimos anos o mensalão, depois o petrolão. Em Fortaleza um
vereador foi preso, porque tomava de volta grande parte do que um assessor
recebia como salário. Na política já é bom ir parando por aqui. Na semana
passada os médicos foram mostrados no Fantástico, fazendo os piores absurdos
com as próteses e até com aparelhos do coração. Neste último domingo, alguns advogados
foram denunciados por questões de honorários advocatícios em ações judiciais
contra a previdência social. Desde que foi exibida a questão dos médicos, eu
disse logo de público no meu perfil do Facebook, cuidados com os estereótipos,
ou seja, não podemos generalizar e pensar que todo médico é desonesto.
Evidentemente, fico muito à vontade, para dizer o mesmo com relação aos meus
colegas advogados. A própria OAB do Ceará se antecipou, e neste domingo pela
manhã, fez circular uma nota pelas redes sociais onde eu curti e compartilhei.NÃO
PODEMOS APOIAR FALCATRUAS DE NENHUM PROFISSIONAL, EM HIPÓTESE ALGUMA. Por outro
lado, sejam médicos e advogados, nunca podemos esquecer o devido processo legal
e a ampla defesa. Um advogado não pode ser condenado somente pelo fato de ter
feito o sinal da cruz, antes de dar uma entrevista para o Fantástico. Tenha
santa paciência, dona Rede Globo. Havendo culpados, aí sim, mesmo cortando na
própria carne, ainda temos que lutar em defesa da ética, da moral e da Justiça.
Agora, no caso especifico da advocacia, eu tenho alguns pontos a questionar com
os meus colegas causídicos. Doutores, com as mudanças ocorridas nos últimos dez
anos, a vida dos advogados ficou bem mais difícil. Muitos colegas advogados
deixaram até de exercer o seu munus profissional por conta das
dificuldades que encontramos todos os dias, a começar pela falta de celeridade
processual, juntamente com os demais entraves na Justiça, basta que se veja
agora, as famigeradas CATRACAS DO FÓRUM, que são mais um obstáculo ao nosso
livre exercício profissional. Então, em minha opinião, a legislação que rege o
exercício profissional dos advogados está ultrapassada, doutores. Pela denúncia
do Fantástico, o que se viu, foi a cobrança de honorários advocatícios em
percentuais elevados. Alguns casos, trinta por cento. Agora, justiça seja
feita, nos tempos atuais, em muitas situações que eu vejo, principalmente, nos
chamados contratos de risco, onde o advogado, muitas vezes, além de
disponibilizar sua estrutura física toda para o cliente, junto com o grande
investimento feito nos bancos da faculdade, para só receber os honorários
contratados e devidos, depois de mais de uma década (e agora, ainda virou moda
na Justiça Federal o bloqueio de RPV'S e Precatórios pelo governo DILMA), acho
o percentual de somente VINTE POR CENTO, posto na tabela da OAB, MUITO
BAIXO, em alguns casos, irrelevante para o trabalho que temos por anos, com os
custos de acompanhamento em uma ação processual, onde o profissional vai
litigar com uma Autarquia Federal, com privilégio em prazos e procuradores
capacitados, detentores de um bom quadro de estagiários. Tem que haver mudanças
para melhorar o ganho dos advogados e o Ministério Público Federal não tem
competência para opinar em nada sobre o que está posto no ESTATUTO DA
ADVOCACIA, uma vez que é lei federal regulamentada pelo CONGRESSO NACIONAL.
Convido aqui, de público, o Ministério Público Federal, na qualidade de fiscal
da lei, propor uma ação civil pública com o objetivo de proibir qualquer
atentado contra as prerrogativas dos advogados, notadamente, no que diz
respeito aos bloqueios e atrasos de pagamentos de honorários de sucumbência por
parte do Governo Federal, vez que, verba de honorários advocatícios são de
caráter alimentar. Luiz Antonio Lima – Advogado em Fortaleza.
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