quarta-feira, 19 de março de 2014

ADVOGADA CONSTRANGIDA NA SALA DA OAB

UMA IMAGEM
VALE MAIS DO QUE MIL PALAVRAS.
Diferente do poeta, eu não nasci há dez mil anos atrás.
Nasci no ano de 1960, e logo quatro anos depois, foi instituída
a DITADURA MILITAR NO BRASIL.
Falar sobre o regime ditatorial é uma coisa lamentável, pois
ainda hoje, sabemos dos pontos negros desta história, onde se defende o
esclarecimento e punições, para evitar que os absurdos se repitam.
Mas ainda lembro, quando criança, depois adolescente, que do
outro lado do arbítrio, das torturas e das mortes, em defesa do cidadão, dos
presos e principalmente, em busca da democracia e de mudanças, estava lá a
ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL.
Quantos nomes na história política deste País, lutando por
liberdade, passaram pelos bancos das faculdade de direito e consequentemente,
se inscreveram como advogados na OAB?
Nunca me saiu da memória, ou melhor, sempre que ouvi o nome
OAB, fiz uma relação com LIBERDADE, DEMOCRACIA, EXERCÍCIO DO DIREITO E DEFESA DA
CIDADANIA E DOS ADVOGADOS.
Certa vez, na Justiça do Trabalho em Fortaleza, por conta de
um desentendimento entre um Magistrado e um Advogado, a falta de uma gravata, o
Causídico não foi preso, pelo fato de ter encontrado refúgio, exatamente na
SALA DA OAB.
Mas o que foi que aconteceu com a nossa instituição depois da
democratização no BRASIL?
Por que a OAB foi para as ruas, em defesa da EMENDA DANTE DE
OLIVEIRA, que defendia as ELEIÇÕES DIRETAS PARA A PRESIDÊNCIA DO BRASIL,
esquecendo-se das mesmas ELEIÇÕES DIRETAS, PARA O CONSELHO FEDERAL DA PRÓPRIA
OAB em BRASÍLIA?
Será que as milionárias campanhas para os CONSELHOS DAS
SECCIONAIS, elitizou de forma tal a nossa instituição, fazendo esta nobre
autarquia federal, afrontar o ESTATUTO DO IDOSO e da própria OAB, quando vemos uma
ADVOGADA IDOSA, DE OITENTA ANOS SENTAR NO CHÃO, PORQUE NÃO VEIO A ORDEM, ACOMPANHADA
DO CLIENTE PARA PODER ADENTRAR A SALA DE ATENDIMENTO, e poder se preparar e
esperar por ele? A prioridade na sala é o cliente?
Fico com receio, que o poder político e econômico, junto com
os péssimos exemplos que temos visto dos mais altos escalões da República, onde
ex-ministros e até pessoas que ocuparam a cadeira presidencial no Palácio em
Brasília, alguns hoje condenados e presos, estejam influenciando a OAB, para
que a defesa das prerrogativas dos advogados fique esquecida, e o pior, que os
advogados, notadamente as colegas mulheres, passem a ser tratadas desta forma
humilhante, dentro da sua própria casa, a ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL.
Doutores, quando uma norma, portaria ou recomendação é
arbitrária, tem que ser contestada de forma ordeira e pacífica, como foi o
caso. A advogada não sentou no chão, caiu de desgosto, protestando contra o arbítrio
dos poderosos, para que amanhã, outros colegas não sejam vitimas da mesma violência
contra as suas dignidades.
Luiz Antonio Lima – Advogado em Fortaleza.

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