Meu primeiro vôo de helicóptero no Rio de Janeiro

Voar é com os Pássaros e os Homens

O
escritor e piloto Richard Bach, autor do livro Fernão Capelo Gaivota, disse que
nos maiores aviões “a força aplicada nos controles para fazê-los subir é menor
do que a necessária para se arrancar uma flor”. A delicadeza deste pensamento
mostra como a emoção do voo sensibiliza as pessoas que o praticam.

Voar é a
grande paixão de minha vida, que fascínio os aviões sempre exerceram sobre mim.
Por não ter sido piloto,pratico aeromodelismo e, de certa forma,alcanço o
infinito em pequenos aviões como se estivesse na nave Apollo 11.

Já voei
de parapente, saltando da Serra de Pacatuba. Como este esporte só utiliza vela
sem motor, a impressão que tive foi de me sentir livre da gravidade, um pequeno
ser alado a 600 metros de altura, lado a lado com pássaros que seguem a vela
nas térmicas ascendentes que leva todos a subirem.

Na semana
passada fui ao Rio de Janeiro e tive o prazer de pela primeira vez voar de
helicóptero. Mais um momento marcante na minha paixão por voar. A beleza da
paisagem carioca vista de cima e de perto justifica a fama que tem; passar ao
lado da estátua do Cristo Redentor, ficar acima dela, contemplar toda a
imponência das pedras do Pão de Açúcar, ver o traçado do mar nas praias, o
calçadão de Copacabana, as montanhas ondulando até o horizonte e a floresta as
cobrindo são emoções que este voo me proporcionou.

O voo é uma
poesia traçada nos céus com as asas dos aviões. Dédalo e Ícaro voaram com asas
de penas coladas com cera. Dédalo avisou para o filho não subir demais, pois o
sol derreteria a cera das asas. Ícaro não obedeceu, ficou fascinado demais pelo
que viu e subiu além do que o bom senso recomendava, a cera derreteu e ele
caiu. Hoje voamos de forma segura comparada com a que Ícaro voou, mas depois de
voar de nos grandes aviões, no parapente e no helicóptero, eu entendo
completamente o êxtase sentido por Ícaro.

Voar é
com os pássaros e também com os homens, que fascínio me dá.